Descrição:
Norman (Kodi Smit-McPhee) é um menino que fala com os mortos. Para salvar sua cidade de uma maldição secular, ele terá de lidar com zumbis, bruxas, fantasmas e, pior, adultos idiotas. Porém, em sua missão, o jovem aniquilador de feitiços poderá ter suas habilidades paranormais levadas além de seus limites.
Trailer:
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Duração: 1h:24min
Crítica:
Hoje em dia, na competitiva indústria do entretenimento, não existe explicação para o uso da animação stop-motion, a mais artesanal das técnicas do cinema, do que o amor pela arte. O processo, que requer a construção de personagens e cenários em várias escalas a fim de serem manipulados quadro a quadro por animadores e fotografados em sincronia, exige uma dedicação que permanece viva apenas em pouquíssimos estúdios.
A Laika, produtora de Coraline e o Mundo Secreto e agora deste ParaNorman, mais uma vez mostra que é - ao lado da Aardman - a empresa a se prestar atenção quando o assunto é esta técnica cada vez menos apreciada (as bilheterias provam que em tempos de computação gráfica e alta tecnologia o manual e analógico perderam muito espaço). Ainda que o novo filme não tenha o esmero do anterior - que contou com o atual grande mestre dessa arte, Henry Selick na direção - Paranorman esbanja o tal amor citado acima. Mas não apenas pelo stop-motion... a animação é também uma ode aos mortos-vivos e lida com um problema atual: quando os perseguidos viram osbullies.
Na trama, escrita por Chris Butler, o menino Norman enfrenta todos os dias o desprezo dos colegas na escola e de sua própria família. Ele cometeu a besteira de revelar-se capaz de falar com os mortos - e todos agora sabem e caçoam disso, acreditando que Norman quer apenas aparecer. Acontece que o garoto realmente é capaz de conversar com as almas que não deixaram o nosso plano ainda e cai sobre seus ombros a missão de impedir que uma maldição lançada por uma bruxa queimada na cidade séculos atrás se concretize: que zumbis caminhem sobre a terra.
Paranorman acaba uma mistura de Tim Burton com Neil Gaiman (em suas obras de literatura infanto-juvenil) e Romero. Funciona muito bem para os fãs do trio, mas não tem o humor e a abrangência de filmes feitos com a família como objetivo. A realidade desses bonequinhos exagerados, apesar do contexto fantástico, é dura e chega a incomodar de tão verdadeira. O fato de tocar uma versão do country bluegrass "Little Ghost", do White Stripes, ao final é só mais um indício de que o filme vê as crianças com um olhar pouco usual nesse mercado descartável, de obviedades atrás do lucro fácil.
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