segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O Ditador - Dublado 2012


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Duração: 1h23min

Descrição:
A comédia é focada em um ditador faz de tudo para que a democracia não chegue em seu país. Cohen viverá dois personagens: um pastor de cabras e o ditador opressivo que se encontra perdido na América.

Trailer:

Crítica:
Quando se trata de humor politicamente incorreto, Sasha Baron Cohen é hors concours. Rafinha Bastos não chega ao chulé do comediante britânico que fez fama (e fortuna) com o hilariante “Borat” e no quesito “língua solta” ou “cara-de-pau”, está cada vez menos preocupado com constrangimentos públicos ou conseqüências político-sociais. Em O Ditador, Sasha repete pela terceira vez a parceria com o diretor Larry Charles (“Borat”, “Bruno”) e abandona o estilomockumentário – documentário falso com objetivo de tirar sarro – que tanto lhe consagrou para investir num longa mais comercial.
A trama, por mais absurda que possa parecer, é baseada no livro Zabibah and The King, escrito por Saddam Hussein, e conta a história do Supremo Líder General Almirante Aladeen (Cohen), ditador disposto a construir uma bomba atômica e assegurar que a democracia jamais chegue a República de Wadiya, país que governa e orgulhosamente oprime.
A ONU o ameça de intervenção militar e, convencido por seu tio Tamir (Ben Kingsley, de “Gandhi”), decide viajar para América para apaziguar os ânimos do Conselho Mundial em Nova York. O que Aladeen nem desconfia, é que seu ambicioso tio cansou das suas excentricidades; pretende matá-lo e substituí-lo por um estúpido sósia para democratizar Wadiya e ratear as reservas de petróleo do país entre conglomerados estrangeiros. Porém, o ditador consegue escapar – não antes de ter sua enorme barba completamente raspada – e agora precisa encontrar uma maneira de por fim a esta conspiração.
Como já era previsto, o longa está repleto de críticas à democracia e à maneira como ela existe atualmente – o sarcástico discurso final de Aladeen fazendo um paralelo entre o regime livre e o totalitário é hilariante – além de referências à cultura ocidental, desde Hollywood ao veganismo. Cohen continua afiado e sabe como poucos construir um personagem cativante. Amparado pelos coadjuvantes Kingsley, Anna Faris (“Todo Mundo em Pânico”) e Aasif Mandvi (“O Último Mestre do Ar”), ele dispara seus comentários racistas, sexistas e pernósticos a torto e a direito – nem sempre atingindo o alvo com precisão.
O Ditador tem seus momentos impagáveis, mas é, inegavelmente, o filme mais fraco da carreira de Baron Cohen como protagonista. A maioria das piadas soa sem graça e algumas gags visuais não funcionam. Entretanto, o maior problema da obra passa pela escolha de não conter “pegadinhas” com pessoas reais. O que é lamentável. O humor ácido diverte pouco e a falta de um momento sequer da gostosa/perigosa imprevisibilidade que, por bem ou por mal, definia os filmes anteriores, diminui o impacto da fita. Por conta disso, a dupla Charles/Cohen perdeu muito do seu delicioso veneno. Em todo caso é melhor rir, para não ter a cabeça cortada.

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